No começo e no fim!



Volto para o começo de nossos encontros,
Horas e horas, conversas e conversas,
Sem pressa, sem medo, sem dor...
Dois anos já se foram
E o início não faz jus ao final,
Meu destino mortal
Carrega-me para o hades sombrio...
Não existe Orfeu para guiar-me com sua lira.
Fico perdido nas sombras,
O que me resta são lembranças,
Memórias de algo que nunca ocorreu,
De um tempo que ainda não veio,
São lembranças de desespero,
E me desespero a cada dia sem resposta,
Na minha porta apenas cobranças,
A água, a luz e a internet estão pagas.
Agora ninguém vem me visitar.
Estou só, eu e meu teclado.
Sem bebidas para espantar o cansaço,
Somente Deus e minha consciência.

Quem sabe algum dia meu coração se acalme,
Quando olhar o teu rosto o meu peito não dispare,
Talvez algum dia não queira mais o seu corpo,
Só quero reacender o calor de minha alma.
Aqui está frio, me sinto mais morto que vivo,
Estava tão cheio e agora me vejo vazio,
Procurando saber quem eu sou...
Procuro em livros respostas,
Quanto mais leio mais crescem as perguntas.
O que sou? Por que vim? Para onde vou?
Será este meu destino? Eu faço meu destino?
Ou eu sou o meu destino?

Cansado de perguntas me fiz uma resposta,
Sou apenas um poeta tentando ser palhaço,
Sou o projeto mal feito de filosofo,
Sou sorrisos e no fundo eu sou dor,
Sou humano e no meu interior também sou deus,
Pois em cada ser há um toque divino,
E isso compartilho com tudo que existe,
Sou homem, sou pedra, sou um sopro de Deus...