A falta que me faz



Sinto tanta falta
De um xamego que me afaga,
De um carinho que me acalma,
De um afeto que me ampara.

Das pessoas mais próximas,
As que mais me decepciono
À minh'alma são tóxicas,
Mas nunca as abandono.

Não há mais seres como eu
Ou totalmente inversos a isso,
Não que ao amor seja um ateu,
Talvez um ódio submisso.

Na direção das cores que enxergo,
Falta de caráter seja universo.
Mentiras, mais e mais ilusões,
Não absorvem mais emoções.


Ciclo sem fim.





Na vida tudo nada se perde,

Tudo se transforma,

E no final tudo se completa.

Todo fim

Necessita de um começo,

E o começo,

Terá algum dia seu fim.

Tudo se transforma,

O amor,

O homem,

A virtude.

Tudo muda,

Nada permanece parado,

Estacionado.

Se hoje tudo é choro,

Amanhã o dia ficará mais brando,

Se tudo é raiva,

Algum dia será a paz.

Tudo se desfaz,

Refaz,

E tornasse uno,

O espírito,

O corpo,

E a terra.

Sem guerras,

Ou sangue,

Sem dor.

E a morte?

Um final de um ciclo,

E o começo de outro.

Girou a roda,

Morreu um velho,

Nasceu um menino,

Jogado nesse mundo,

Com alguma razão,

Algum destino.

Será que vai viver alheio?

Ou vai procurar um caminho?

Sua alma,

É alma de poeta.

Sua mente,

Respira filosofia.

O tempo

É voraz,

Devora

E transforma.

E o ciclo continua,

Tudo muda,

Tudo se transforma,

E no fim tudo se completa...


Ariel e Caliban.


O Deus sol já dormiu,

A mãe Lua no centro

Marcando o tempo,

Vacilante, Conflitante.

O tempo passa,

Ainda é noite.

Eu durmo.

E acordo procurando luz,

Ainda é noite.

O tempo anda,

Minha mente insana,

Contempla a insanidade

Fantasiada de anjo.

Com suas duas faces.

Uma atroz e rancorosa.

Outra doce e carinhosa.

E o tempo passa,

E Ariel ainda se encontra

Perdida na minha mente,

E qualquer mentira

Eu disfarço com sorrisos.

E toda raiva

Escondo do mundo.

Fico poetizando

Sobre Caliban,

Sobre aquilo

Que ainda é presente.

Sou ausência

Em forma humana.

Sou amor

Em forma de poesia.