Loucura


Assisti de camarote a falta de inocência
E a eloqüência dos loucos trouxe sorte,
A vida e a morte...
Persegui o diabo para satisfação da carne.
E meu sangue maculado tornou-se vazio
Um vazio de espectros e almas perdidas.
Uma dose de vodka é sinônimo de libertação,
Não quero ouvir essa voz que sempre diz, não!
Liberdade que passa depois na ressaca.
Entre montes de drogas, seios e Rock and Roll,
Tudo vira fumaça quando acaba o show...
E nas minhas mentiras
Todo sangue e horror
Na ausência de vida
Um menino chorou.
Depois da quinta dose
Não sou mais quem eu sou.
Ouço uma voz estridente
Gritando com fervor.
Sobre coisas da vida
E também do amor.
Já não acho graça
Nessa existência novela.
Sou platônico e poeta.
Sou amante, sou explorador.
E a dose que peço,
É errado incorreto
É só uma dose de amor...


Não dá.

*Nota. Em meio a uma apifania louca escrevi isso, depois de muita anfetamina e etanol, escrevi esses versos.


E no meu peito a ignorância dos poucos
Poetas loucos.
E o bêbado insano,
Burguês falsificado,
Bebendo das lágrimas
Do sistema gerador
Da miséria e da fome.
É legal ter luxos e carros,
Mas acho que cada um sabe
O que é certo
Ou errado.
O rapaz continua
Chapado,
Alienado.
O processo
É insano,
Viver com isso
Só com amor
Ou cigarros.
A miséria e o belo
Misturam-se,
Na dança do incorreto
Tanto faz,
Isso já é de costume.
Baila vida, baila terra.
O mundo é lindo
Mas tá cheio de feras.
A lei o do mais forte,
“Primitivo pensar”.
Sei lá achar
Uma saída?
Cresci agora
Não dá.


Antes do pôr do sol....

Antes do pôr do sol quero fazer uma prece.
Públicar segredos alheios...
Confraternizar com os inválidos.
Abordar o insólito e desprezivel.
Abraçar o diabo...
Ver nascer o dia ensolarado e torcer para chover.
Quero beijar os fetos amorfos e sem coração.
Quero fenomenos inexplicaveis.
Quero uma equação impossivel do eu.
Quero vinagre ao invés do vinho e o azedume das ervas nem tão finas...
Quero rachar uma maça podre e comer a metade.
Quero o simples alivio dos desesperados.
Quero o jardim seco e sem flores.
E o deserto florido de orquideas negras...
Quero o ilustre conto da noite negra que perpetuou a vida a um impacto funesto e breve.
Todo querer dessa dor é menor do que o não-querer da saudade...


Pátria.




Não sei se estou certo
Ou se caio em contradição.
O errado virou o correto,
O bom virou ostentação.
Nas lágrimas da vida
Tantas lutas, tanta dor.
No seio da mãe a ferida,
Um luto que não passou.
Nas favelas o abandono,
O descaso e a necessidade.
O caminho fácil é gostoso,
Mas é feito com maldade.
Entre drogas e mentiras
Incitam a violência.
Criaturas pequeninas
Precisam rever suas crenças.
Trocam a moral,
Por seios e poder.
Esquecem-se do natural,
Esquecem de viver.
E quem paga imposto,
Não vê aplicado.
Talvez peixe ao povo,
Ou a balada do deputado.
A mídia funesta,
Dinheiro ganha.
Dos pobres a tragédia,
Dos políticos a vergonha.
Macularam minha bandeira,
Com sangue e corrupção.
O verde virou vermelho,
O dourado ficou com o ladrão
Descaso consome
A alma do povo.
A política de hoje
É pior que um jogo
E os jovens politizados
Adorando o banal.
Buscando sempre obter
O lucro pessoal.
Pátria amada mãe gentil
Não guardo rancor.
Eu amo meu Brasil,
Mas não sei se tenho seu amor.