Monotonia mística
Há 13 anos
Antes do pôr do sol quero fazer uma prece.
Públicar segredos alheios...
Confraternizar com os inválidos.
Abordar o insólito e desprezivel.
Abraçar o diabo...
Ver nascer o dia ensolarado e torcer para chover.
Quero beijar os fetos amorfos e sem coração.
Quero fenomenos inexplicaveis.
Quero uma equação impossivel do eu.
Quero vinagre ao invés do vinho e o azedume das ervas nem tão finas...
Quero rachar uma maça podre e comer a metade.
Quero o simples alivio dos desesperados.
Quero o jardim seco e sem flores.
E o deserto florido de orquideas negras...
Quero o ilustre conto da noite negra que perpetuou a vida a um impacto funesto e breve.
Todo querer dessa dor é menor do que o não-querer da saudade...
6 comentários:
Muito bom!
Muito bom... um toque fúnebre... com aquela pitada do querer segurar as estrelas... gostei...
valeu pelos comments Elis e Isaac....na verdade, antes do por do sol é uma metafora para a morte...não deixa de ser um desejo de querer segurar as estrelas...:o)
Soou-me como uma prece antes da viagem ao outro lado. Ao lado de duas faces, de outras virtudes. Tom lúgubre, sintonia impactante.
Sim..pode ser visto dessa forma tb,.agora "tom lúgubre"? tive até que ir olhar no pai dos burros..rsrs..valeu o elogio..:o)
saudade... me pareceu uma visita ao outro lado.. um amar o amordaçado, enclausurado, pelo corpo que ainda vive, e que sente.. essa saudade.
Belíssima e inspiradora poesia, maninha.
Postar um comentário