Loucura


Assisti de camarote a falta de inocência
E a eloqüência dos loucos trouxe sorte,
A vida e a morte...
Persegui o diabo para satisfação da carne.
E meu sangue maculado tornou-se vazio
Um vazio de espectros e almas perdidas.
Uma dose de vodka é sinônimo de libertação,
Não quero ouvir essa voz que sempre diz, não!
Liberdade que passa depois na ressaca.
Entre montes de drogas, seios e Rock and Roll,
Tudo vira fumaça quando acaba o show...
E nas minhas mentiras
Todo sangue e horror
Na ausência de vida
Um menino chorou.
Depois da quinta dose
Não sou mais quem eu sou.
Ouço uma voz estridente
Gritando com fervor.
Sobre coisas da vida
E também do amor.
Já não acho graça
Nessa existência novela.
Sou platônico e poeta.
Sou amante, sou explorador.
E a dose que peço,
É errado incorreto
É só uma dose de amor...


Não dá.

*Nota. Em meio a uma apifania louca escrevi isso, depois de muita anfetamina e etanol, escrevi esses versos.


E no meu peito a ignorância dos poucos
Poetas loucos.
E o bêbado insano,
Burguês falsificado,
Bebendo das lágrimas
Do sistema gerador
Da miséria e da fome.
É legal ter luxos e carros,
Mas acho que cada um sabe
O que é certo
Ou errado.
O rapaz continua
Chapado,
Alienado.
O processo
É insano,
Viver com isso
Só com amor
Ou cigarros.
A miséria e o belo
Misturam-se,
Na dança do incorreto
Tanto faz,
Isso já é de costume.
Baila vida, baila terra.
O mundo é lindo
Mas tá cheio de feras.
A lei o do mais forte,
“Primitivo pensar”.
Sei lá achar
Uma saída?
Cresci agora
Não dá.


Antes do pôr do sol....

Antes do pôr do sol quero fazer uma prece.
Públicar segredos alheios...
Confraternizar com os inválidos.
Abordar o insólito e desprezivel.
Abraçar o diabo...
Ver nascer o dia ensolarado e torcer para chover.
Quero beijar os fetos amorfos e sem coração.
Quero fenomenos inexplicaveis.
Quero uma equação impossivel do eu.
Quero vinagre ao invés do vinho e o azedume das ervas nem tão finas...
Quero rachar uma maça podre e comer a metade.
Quero o simples alivio dos desesperados.
Quero o jardim seco e sem flores.
E o deserto florido de orquideas negras...
Quero o ilustre conto da noite negra que perpetuou a vida a um impacto funesto e breve.
Todo querer dessa dor é menor do que o não-querer da saudade...


Pátria.




Não sei se estou certo
Ou se caio em contradição.
O errado virou o correto,
O bom virou ostentação.
Nas lágrimas da vida
Tantas lutas, tanta dor.
No seio da mãe a ferida,
Um luto que não passou.
Nas favelas o abandono,
O descaso e a necessidade.
O caminho fácil é gostoso,
Mas é feito com maldade.
Entre drogas e mentiras
Incitam a violência.
Criaturas pequeninas
Precisam rever suas crenças.
Trocam a moral,
Por seios e poder.
Esquecem-se do natural,
Esquecem de viver.
E quem paga imposto,
Não vê aplicado.
Talvez peixe ao povo,
Ou a balada do deputado.
A mídia funesta,
Dinheiro ganha.
Dos pobres a tragédia,
Dos políticos a vergonha.
Macularam minha bandeira,
Com sangue e corrupção.
O verde virou vermelho,
O dourado ficou com o ladrão
Descaso consome
A alma do povo.
A política de hoje
É pior que um jogo
E os jovens politizados
Adorando o banal.
Buscando sempre obter
O lucro pessoal.
Pátria amada mãe gentil
Não guardo rancor.
Eu amo meu Brasil,
Mas não sei se tenho seu amor.


A flor que brotou.


Os sorrisos,
O carinho.
Com afeto
É divertido.

Um abraço.
Um amasso,
O que faço?
Pegou-me no laço,
E pegou com amor...

A beleza,
As prosas.
As alegrias
Saudade restou...

Seus olhos,
Sua boca.
Minha boca,
Seu pescoço,
Vejo-me louco...

Sua cama,
Seus livros.
Acenda a chama,
E o mal esquecer.

Um suspiro,
Nos olhos brilho.
Não sei o que sinto,
Mas acho que é amor.
Brotou como a flor...


Caminhei sozinho


Numa velha estrada ao oeste,
Um velho sábio me disse:
Apenas vá por este caminho,
O vento lhe dirá a direção.
Entretanto meu pensamento
Refletido em momentos passados,
Transformando lembranças em versos,
Tentando conter-se da energia
Absorvida sobre a mantra da saudade,
Que demasiadamente me atingia.
Não me encontres, amarga solidão,
Racionalismo perdido em mentiras.
Não me encontres, repetirei.
Quero que simplesmente me leve,
Longe daqui, de volta à vida
Que sem amigos nada mais é
Do que um livro de páginas brancas.


O que há dentro do buraco?

Joga uma pedra no espelho
Sai com a roupa mais confortável que tem
Pés descalços
Mão suando
Mergulhe em si mesmo e saia vitorioso
Sou apenas um prisma da humanidade
Você é outro
Quem é a humanidade?
Será que ela usa batom?
Será que fica nua?
Ou utiliza todos esses prismas para poder se esconder com roupas largas e véu?
Alguns prismas dizem amar a humanidade
O mistério
A grandiosidade
A fuga
Não descubra a verdade, fuja
É o que ela faz com quem a procura
É o que você faz com quem o procura
É por isso que ninguém consegue enxergar o diamante bruto
Ele se esconde no escuro da Terra
É a luz por trás do véu
O espelho está quebrado


Dança de Gaia.




No dançar da aurora
Sopra um vento.
Cantando sobre outrora,
Coisas do tempo...

Na caminhada da vida
Sonhos e pelejas.
Com tantas idas e vindas,
Um novo futuro eleja...

Ouça do grito da terra
Da água e do ar.
A vida que é eterna,
Na Mãe terra vou me abrigar...

Somos filhos do mesmo seio,
A natureza a alimentar.
A comunhão almejo,
A Gaia vamos adorar...

O homem é lobo do homem,
Como Cronos a devorar
Seus filhos em sonho medonho.
Ao natural vamos marchar...

Lutem com força e coragem,
Com garra e determinação.
A vida não é só uma imagem,
Sinta e faça uma reflexão...

Não há sentido nas guerras,
Nas mortes, nas proibições.
Flor doce brote da terra,
Lutem até virarem leões...


"."

No momento que pensa, ja pensou.


Minha mão na sua




Por mais que os dias se estiquem
As noites tardem e passem
A chuva vem curar todos os males.

Por mais que os dias passem
Por mais que tudo passe...
Cadê vez mais, sinto saudades.
Com você vivi um instante que valeu por uma eternidade...

Seus olhos nos meus
Minha mão na sua
Você em mim, eu em você
Não sei quem primeiro enlouqueceu.
Quem primeiro se encontrando, se perdeu.
Queimando em loucura
Teimando em ternura
Sofrendo da mais intensa paixão que não tem cura
Dias sem querer ver a rua
Tendo minha mão segura na sua.

Com meus olhos te deixo nua
Rindo, sei que a minha vida é tua
O tempo cura até a ferida mais profunda
Que fica pequena e caduca
Paixão intensa que não machuca
De cabeça deixando-se cair na arapuca,
Para você mostro minha alma nua
Sem medo seguro minha mão na sua.

Em seus olhos vejo,
O quanto é linda e profunda
Nossa relação sem amargura.
Nosso intenso desejo que tortura
Que só acaba depois, bem depois,
Quando seguro minha mão na tua.


Política, desilusão e trágedia...

Faltou ar no peito,
Vergonha da democracia.
Tiririca, Garotinho e outros eleitos,
Tanto lixo, que penso em monarquia...

A política é jogo de poder,
Um espetáculo de teatro.
O povo vive a perder,
Dolo de um povo alienado...

Vejo projetos mentirosos,
Que acabam com a criminalidade.
Do dinheiro são os religiosos.
Vivem adorando banalidades...

Da criança flagelada
Uma lágrima cai.
O pobre é o “nada”,
Que o seu bem estar desconstrói...

Não há razão na soberba,
Nas mentiras e vaidades.
É a geração do tenha não do seja.
Esquecem-se da verdadeira amizade...

Ouço os quatros ventos,
Contando-me coisas do mundo.
Gritando dores e lamentos,
Sobre os corações impuros...

Já é hora de acordamos
É tempo de renovação.
O mundo só quer ser amado,
Chega de desilusão...


Contemplação do vazio do fundo




O que é um ventilador virado para a parede que nunca será ligado? Uma toalha de mesa embolada em cima de uma cadeira? Um quadro jogado ao chão, virado para um canto? Um navio que nunca mais irá navegar? Canetas gastas empilhadas? Um filho sem mãe? Um domingo chuvoso? Um cinzeiro na casa de não-fumantes? Uma enxada com cimento seco. Um cano branco-marron?  

A poeira do ontem, do amanhã...
A tarde que sempre tarda,
A sina que não falha,
O estranho bicho escondido na maça,
Outrora envenenada,
Melhor nem ir mais a feira,
Da lagarta nasce a borboleta,
Por mais triste que seja a noite, o sol vem de manhã, 
Para os fortes e sabidos
Para os fracos e oprimidos,
O salão festeja a própria festa
Abundando a abundância de nada,
Penas de ganso espalhadas pela sala,
A gata geme no cio...
Os lençóis amanhecem frios...
Vazios...

E mesmo assim ainda resta a música dos pássaros... O cheiro da chuva seguido do choro do bebê...
A canção se forma de seus gritos em meus ouvidos,

Mesmo sendo fato, chato sou, só sorrisos,

Sorrisos...
Seres, risos de tal poucos dentes, pequenino,
Arrancam meus sorrisos,
Bobo que fico...
Suas manhas viram canção aos meus ouvidos,
E mesmo assim ainda há a canção da chuva, os risos dos pássaros e o cheiro de neném...
As gotas caindo e brilhando em uma tarde de calor,
Refrescando o corpo e depois a alma com amor,
Unindo...
O que está em cima ao que está em baixo
E mais ainda o que não está em nenhum lado
Você me acorda,
E sua música em minha janela me conforta
E mesmo assim, encontro tempo para pensar que não há tempo para o que há de mais importante na vida..
Apreciar o voo dos pássaros, o barulho da chuva e o riso do bebê...  


Pássaro, chuva, bebê,
Au-Au, brisa, alegria, eu e você,
Nada mais precisa, pra ser música,
Nascer rima, virar poesia,
Pra alma preencher
Pra você entender,
Tudo o que quero saber...
E o tanto que não sei, nem sou
Nem vou,
Não sabendo se serei ou fui
Ou irei,
Não sendo, não indo, mas sabendo
Não vendo,
O que no fundo sempre soube que seria não sendo e não sabendo e não querendo saber...
Sabendo mais que todos vocês...
Idiotas...


Entre aspas.

Sem tempo para parar o tempo....
E daquilo que sou e do que me tornei;
Não há vulcões em erupção,
talvez só haja uma brisa daquela que fui.
Palavras, torpor, medo, medo, medo...
Estou limitada pelo tempo...
Me colaram no espaço...
Não tenho pena, nem dor, nem nada...
tenho sentimentos vastos...
E vastos sentimentos, mas nada disso me cabe...
E sigo pensante, pensando, dor...abre aspas...
No compasso da ilusão triste me tornei....tornado.
Flechas, táticas e guerrilhas...
Todo dia é uma armadilha do tempo;
O tempo não espera, não acelera e não desvia,
Teima em seguir, pensando, penando, pesando, dor....fecha aspas.


Soneto de Significado




O mundo desgovernado, tudo de cabeça pra baixo
O que é tão certo, subitamente dá errado,
Um lugar que esfria vago é ocupado,
Eu que não amo ninguém apaixonado...

O pior cego é aquele que não quer ver,
Mesmo não te vendo peno a te esquecer
Nunca te tive e nunca quero te perder,
Assim, não sabendo o que significo pra você...

Um poeta descobre um novo significado para o amor
Onde cabe apenas carinho e ternura, não dor
Independente da mistura dura de calor e pavor,

Não quero te perder tentando te encontrar,
Só de te imaginar perco o ar,
E é por pouco, muito pouco, que ainda me lembro de respirar...


Soneto de 1 verdade e 1/2





O mal do Bem faz parte
O amor se mistura com sacanagem
Mas não leves contigo minha dignidade,
Por Deus, me dê algo que seja de verdade!

Em meus versos não há falsidade
Só que nem tudo ocorre por minha vontade
É você que acende a chama que arde
Por Deus, me dê algo que seja de verdade!

Porque o que é inteiro nunca se parte,
O que é verdadeiro dura pela eternidade
Não sendo passageiro um amor de verdade parte deixando saudade

Contada 1.000x a mentira vira verdade,
Quero algo que não se acabe, não se despedace,
Por Deus, qualquer coisa que seja de verdade!


Nos Ventos do Tempo





O que eu preciso dizer para te ter de volta?
Quantas vezes eu corri atrás de você?
Você não tem pena de passar sem prestar atenção?
Me sinto uma escrava

Não que você seja meu para ouvir as lamurias como suas
Nem espero que você mude por mim
Se não fosse por você não estaríamos aqui
Afinal, é muito bom poder esperar os dias especiais

Realmente espero que você só vá de vez depois de anos
Quando eu estiver bem velhinha
Porque ai teremos visto as crianças crescerem juntos
E talvez nesse dia poderei te acompanhar

Isso pode até ser apenas um sonho absurdo
Um jeito poético de me fazer ouvir
Só que também desejo visitar os quatro cantos da terra
E navegar pelas diferentes cores do mar

Me carregue em seus braços quando eu dormir?
Para eu poder levar as suas palavras para as orelhas
Poemas, canções, verdades, mentiras, pouco importa
Um dia vou conhecer seus calores como as aves

Vou pular de um avião para você prestar atenção em mim
E sentir o seu impulso de correr para abrir meu paraquedas
Ou ter certeza que não gosta de mim ao encontrar o chão
Ou será porque gosta demais?

Voltarei a fazer bolhas de sabão infantis
Só para voltar a ver você correr atrás das bolhas com meu riso
Também vou aprender a cantar
Porque se você gostar eu saberei pela cara das pessoas

Mas eu sei que nada importa, tudo durará pouco para mim
O momento passará de novo e a Terra dará mais uma volta
Ficarei sem forças e imaginação para novas empreitadas
Quem sabe ali poderei valorizar seus pequenos gestos

Quando eu fechar os olhos me faz um favor
Ao acordar do seu lado não conte quantas rugas me deu novas
E guarde meu último sussurro pra você
Pois nesse seu último beijo verá que sempre fui só sua

Pode deixar que nunca me perderei nos olhos
Não quero me prender à ilusão dos homens
Amo cada momento que suas ondas preenchem meus pulmões
Com um último suspiro me entrego a você eternamente.


Momento Eleito

A garota saltou da janela e caiu em cima do para-quedas
A indignação cresceu em seu peito quando viu que era uma rede
Nem morrer, nem voar ela podia
As regras a comprometiam
Um peixe preso ela se sentia

Dando um dois os porcos fardados assistiam
Marcelos e Bills votando
Em que lago tem o lodo menos fundo
Pois só tem um jeito de fugir do barco pirata
Escolhendo em que momento se jogar da molhada rampa política

Tentativas de suicidio se tornaram frequentes
Mas até a faca parece estar cega
Com a balança da justiça enferrujada pela maresia
A esperança é a encarnação dos heróis em quadrinhos
Pois o óleo está todo derramado no chão para escorregar

Com todos esses empecilhos
Apenas alguns valentes conseguem se manter em pé na corrida
Desviando dos obstáculos das barracas de feira da corrupção
Os indivíduos ainda têm que fechar os ouvidos para a ilusão
Ninguém entende por que precisa ir toda uma população

Os homens, coitados
São obrigados a fazer tanta coisa sem retorno
Entrar na urna com a arma na cabeça por exemplo
Desejando que o gatilho no dedo trave antes de confirmar
Infelizmente serão ninguém se não estourarem os escrúpulos

Professora, por que não temos política na escola?
É mais importante saber que os catetos quadrados é a hipotenusa
Minha mãe disse que as cabeças quadradas estão no poder
A História já te mostrou que isso era mentira no Renascimento,
João e Maria, querem um pouco mais de doce?


Deixe aflorar toda sua doçura...

Esse texto eu achei na internet.. postei no meu blog em março desse ano.. num momento de cansaço e de desejo imenso de ser mais eu, mais livre, mais humana...
Precisamos ser mais humanos... doces, afetuosos, de carne osso e emoção.. a humanidade precisa disso.



Às vezes, fico me perguntando porque é tão difícil ser transparente... Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero, não enganar os outros. Mas ser transparente é muito mais do que isso.
É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar do que a gente sente... Ser transparente é desnudar a alma, é deixar cair as máscaras, baixar as armas, destruir os imensos e grossos muros que insistimos tanto em nos empenhar para levantar...
Ser transparente é permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche, transborde! Mas infelizmente, quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco. Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda a fragilidade humana.
Preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser... Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas a simplesmente nos entregar e admitir que não sabemos, que temos medo!
Por mais doloroso que seja ter de construir uma máscara que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, preferimos assim: manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção...

E assim, vamos nos afogando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes, em falsos sentimentos... Não porque sejamos pessoas mentirosas, mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso e não-contaminado...
Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro nos faz perceber que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar... doçura, compaixão... a compreensão de que todos nós sofremos, nos sentimos sós, imensamente tristes e choramos baixinho antes de dormir, num silêncio que nos remete a uma saudade desesperada de nós mesmos... daquilo que pulsa e grita dentro de nós, mas que não temos coragem de mostrar àqueles que mais amamos!

Porque, infelizmente, aprendemos que é melhor revidar, descontar, agredir, acusar, criticar e julgar do que simplesmente dizer: você está me machucando... pode parar, por favor!. Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco, é ser bobo, é ser menos do que o outro. Quando, na verdade, se agíssemos com o coração, poderíamos evitar tanta dor, tanta dor...

Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura! Que consigamos não prender o choro, não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo, não desejar parecer tão invencíveis...
Que consigamos não tentar controlar tanto, responder tanto, competir tanto... Que consigamos docemente viver... sentir, amar... apesar de todo o risco que isso possa significar...

(Rosana Braga)


Bobo


Sim, tenho muitas dores..
muitas histórias muitos amores
Sim, tenho muitos livros..
muitas memórias muitos valores
Sim, tenho a vida em capítulos
No carma acredito
em cada vida passada nessa vida.
Sim, eu vivo hoje..
moro comigo
Produzo, tenho umbigo
E giro meu mundo sem aviso
Sim, sou grata por isso..
me valorizo
tenho rugas e sobreavisos
sou gata e macaca
palhaço e equilibrista
bailarina e manobrista
Na vida danço.
Sim, sou meu retrato..
Na vida canso.
Sim, sou meu palhaço..
Sorrindo,
bobo me faço.


Por Um Dia

Não sou uma pessoa romântica
Nunca fui
Com exceção de um único dia
Mas esse dia não conta
Porque era inocente
Não me conhecia
Hoje a vida mudou
Seja pra melhor ou pra pior
Não choro mais
Exceto por um único dia
E esse dia já passou
Porque eu não me conhecia,
Era inocente
Talvez isso seja triste, ou não
Mas hoje tenho mais cuidado
Não foi sempre assim
Por um dia
Fui inocente
Chorei
Só por um dia
Que acabou
Pro resto da vida
E agora só chorarei,
Quando olhar para trás


Tribos



Sou o canto do trovão.
Filho da estrela do norte.
Sou lobo, águia e salmão
Teço meu destino e minha sorte...

Sou a voz do amazonas.
Senhor do pirarucu.
Sou onça, gavião e mico-leão.
Guerreiro sou, e sou forte...

Sou o vento da savana,
Servo da mãe natureza.
Sou leopardo, abutre e leão.
Vivo no paraíso de riquezas...

Sou um amigo da terra,
Não só amigo! Irmão.
Ouça meu grito de guerra,
Já basta tanta destruição.

Canto para o céu,
Grito ao mar.
Sou Moicano, Arara e Luba.
O natural vamos preservar...


Maconha vs Alcool

Meio fora do tópico principal, mas é um stand up comedy muito bom que trás uma certa crítica com o grande toque do humor.

Marcio Américo apresenta: "Maconha vs Alcool"


A Força da Luz.



*

No fundo do azul flamejante, vejo um ser flutuante
que pede para ser guiado até mim.
Não pode enxergar nem um dedo, não pode seguir sem medo,
mas diz que não pára, ainda assim.

Quer que o mundo a seus olhos transforme.
Todas as cores que não pode ver,
em algo de um odor sem igual
que possa passar para tal,
a idéia do universo infinito. E bonito.

Do cinza que tem em sua fronte, não quer mais
senão elefantes que dancem uma dança bizarra
num palco de folhas queimadas.
Ao som de tal bruta melodia, mesclada a sutil ventania,
de onde seus olhos não vêem.
Mas pode sentir em seu mundo,
um mundo que ninguém mais pode ver.

Dessa certeza que o invade nasce um deus de coragem
e o que é cegueira vira luz.
Uma luz que ilumina mais que tudo
o que podia ele um dia imaginar.

Se elefantes ou borboletas,
para ele não há mais diferença.
O que importa é a força da alma,
é saber que ainda existe um grito.
O que importa é ser infinito.

***

(in Mensagens Inconscientes, 2001)


Sem ninguém perceber


Num vulto veloz,
Um véu de noiva.
Aquela mulher,
Mulher abstrata.

Consigo lhe trazia,
Sempre luz à clarear,
Sementes d'agulha,
Em vinho desenhei.

A forma que surgiu
Em meu peito respirar,
Criou-se.

No pensamento ecoava,
Alucinante momento,
Um sofá me amava.


Impulsivo

Nunca foi como planejado
A vida
Com o tempo se tem medo
Do repetitivo
Necessidade de se sentir vivendo
Constantemente

Ser bom em alguma coisa
É fundamental antes de morrer
Pessoas como nós
Precisam falecer com aquele papel
Cumprido
Ou se recusariam

Amar intensamente
É apenas um dos objetivos
Ser amado verdadeiramente
É apenas outro
Com tantos objetivos a serem traçados
Essas pessoas só serão presas ao acaso


O Jogo

Não há aspecto em que as pessoas sejam mais orgulhosas
Do que quando se trata do próprio coração
Expectativas inconscientes são naturalmente esperadas
Necessidade de se proteger é irracional e agressiva
Mas a calma expressão é uma agradável ilusão

A cabeça tem um furacão de idéias
Cada palavra e intenção mostrada são pesadas
A testa lisa e o sorriso relaxado escondem
Medos, teorias e vontades
Será que o outro tem o que precisa?

Tudo corre como previamente planejado
Até a força do beijo foi calculado
O momento matemático da inspiração
Onde muitas informações são recolhidas
Para serem avaliadas

Depois dos primeiros dias
Uma possível agonia
Se as emoções evoluíram como deveriam
A sorte te soprará o ouvido
A não ser que os números tenham sido descartados

O jogo mais antigo da humanidade
É a dádiva de ser um ser pensante
É um fato que todos o odeiam em diferentes graus
E com certeza todos sorriem ao colher os frutos da vitória
Da segurança de ter um terceiro braço pra deitar

Gozei
Chorei
Amei
Ou não
Por sorte ou azar de não querer as verdadeiras dores de amar


Chamada Não Atendida

Eu esperei você ligar todo o dia
Numa cama vazia tive que deitar
Não é que não tenha escolhas
Muita coisa poderia fazer agora
Os lábios carnudos ainda estão na minha boca
E a lembrança de uma memória longínqua me faz relevar

O silêncio significa muitas coisas
A possibilidade de fazer acontecer se perdeu no tempo
A promessa quebrada ecoa entre as orelhas atéias
Os assuntos discutidos passam a ser coisa de momento
E a lembrança de uma memória longínqua me faz relevar

Os ateus que perdoem minha fé momentânea
Tive de fazer a ligação não atendida da confirmação
O que pode estar fazendo agora não importa
As vezes tenho esperança de não te ver mais
Apesar de ter certeza do seu medo
Que provoca aquela atitude
Que ja vi tantas vezes
E pelo jeito verei outras mais

Não atendeu o telefone
Porque não queria falar comigo
O registro esta lá, permanente
Na minha memória a ecoar

Decidi ja a aceitar as desculpas
Fingir que não analizei o reencontro
Do meu sentimento de dúvida e da desilusão
Farei aquele sorriso ameno
As juras que queria ouvir

Não serei mais romântica
Uma vez me prometi
A lembrança de uma memória antiga me faz relevar
E sorrir ao ver de novo
A saudade que deixou aqui
Para eu pescar


A Mexicana


Acordado fico imaginando
Tudo que vai passando
Vendo tudo se acabando

Confuso eu ficava
A noite chegava
Na rua, talvez estava

Um amigo encontrei
Com ele conversei
Para ele eu falei

Uma cerveja vamos tomar
Uma história lhe contar
Uma mulher a me esperar

Tenho uns trocados no bolso
Na carteira um beck grosso
Os arcos da lapa: maravilhoso

Seu olhar era lindo
Eu timido rindo
Ela estava vindo

Uma energia surgia
Um dois ela me pedia
Mexicana, ela dizia

Destraída, sua fala era pouca
Minha mente completamente louca
Beijava, tão doce sua boca

Tudo agora está escuro
Pela escadaria eu murmuro
Pessoas observam pelo muro

Com o sol eu acordei
Como durmi não sei
'Mexicana', então pensei

Seu sorriso, sua pele
Seu nome, Nathiely
Nathiely...


Fábula


*

Era a história de uma menina que não sabia chorar.
Sentia tudo o que sentiam os anjos.
Mas não sabia o que era sofrer.
Não sabia o que era o humano.
Mas sabia o que era o querer.
Fitava nas águas sua imagem, e acreditava que era um ser
de muitas ondas e muitas viagens,
muitas paisagens e muito, muito querer.
Queria apenas, e seu desejo valia a pena, mesmo sem saber o que queria.
Mas se valia, a ela bastava, e não entendia por que sofrer.

Um dia, feita de nuvem, voava alto, até que o Sol,
centro de tudo o que os homens vivem e crêem, lhe perguntou porque viver se nada sabia sobre sua vontade. E ela lhe disse que mais valia querer e querer.
Lhe disse o Sol que se não sabia o que queria era porque nada queria então. Pois não há querer sem algo que se queira.

Ela pensou, sorriu, e lhe disse:
Só conheço o céu e o canto das estrelas, não tenho missão,
nem mesmo coração, sou feita do pó que voa com o vento, feita daquilo que segue sem porquê, sou feliz por não saber meu destino, que é o destino do acaso onde mora Deus. O Deus sem memória, sem ida nem volta, um Deus sem história, que ninguém pode ver.
Não sou dos homens, ou dos anjos, nenhum deus me cuspiu
ou comeu, nenhum ser sabe ao certo se existo.
Nem mesmo eu, nem mesmo Deus.
Então sigo somente, feliz e contente. Por não ter amarras
ou mesmo correntes.

E o Sol se calou e chorou pelos homens, pois já não era simplesmente, mas sim o que queriam que ele fosse.

***

(in 'Mensagens Inconscientes', 2002)
(foto by Drix, praça Paris, Glória, RJ)


Pílula da Felicidade

Veja Jô na tv com um olho aberto
Finja dormir no sofá para ser acordado com carinho
Se por acaso morar sozinho
Finja amar alguém só um pouquinho

Para assim poder rir sozinho com todos os dentes
E dar conselhos amorosos para quem precisa
Porque para os outros temos uma ótima análise
Enquanto quando é para nós mesmos a coisa complica

Finja bem para não ser só fachada
Ou o coração não acredita
A farsa tem que ser bem feita
Ou todo esse precioso placebo desperdiça

É muito bom sentir saudades
Cantar no chuveiro e emagrecer
Escapar dos olhos as maldades
Nem se incomodar com o desemprego

Conhecer pessoas é novidade
Anima a alma da gente
Junto da esperança e da procura dos olhares
Fica essas rimas descartáveis e inocentes


Sonho de um infante.

Minha alma
Clama mudança.
Mudança de esperança,
Necessito de mais calma...

Vejo pacatos
Cidadãos calados.
Silêncio alienado, parado...

Sinto vergonha
Da gente que mente.
Como pode o pobre nem ter dente?

Ouço o choro
Do meu povo segregado.
Segregados no mundo globalizado

Oh,Minha imaginação!
Leva-me ao paraíso.
Não vou viver com isso,
É tempo de renovação...


É algo...




È algo no atrito da caneta com o papel,
Frenético,
Possuído pela energia dos deuses,
O roçar das folhas em minhas mãos,
A forma como as letras surgem, uma após a outra,
Como uma dança, criando frases e sentenças
Significados complexos,
Onde segundos antes só havia espaços vazios...

É a mistura de dois tons,
Delicada,
Unindo-se para formar um terceiro
Colorido,
Novo e surpreendente,
O contato do pincel com a tela
Imortalizando um sublime momento aos olhos do artista,
Que de outra forma se perderia para sempre...

É algo na luz, no cheiro de fantasia e imortalidade
Sublime,
É a vibração que a sua alma sente naquele tablado,
Sabendo viver uma vida que não é tua
E torná-la tua em essência,
É descobrir que você é muito mais do que todos os papéis
Que lhe foram sendo impostos ao longo da vida...

É algo na areia que engole seus pés
Calorosa,
O sussurro do vento brincando com seus cabelos
A canção interminável do mar,
Acompanhado da serenata das aves,
O murmúrio infindo das ondas
Derrubando débeis castelos de areias.
Sua pele queimando salgada
Sentindo o gosto do oceano...

É algo nas mãos dadas,
Os dedos entrelaçados,
Forte,
Os olhos nos olhos,
Sorrisos sinceros,
Um aroma que não tem nome,
Mas lhe causa vertigens,
Suaves e aterradoras...

È ouvir o barulho de uma queda d’água
E correr até ela para admirá-la,
Os pés descalços sentindo a umidade da terra,
Sozinho,
Contemplando as estrelas
Nu em uma noite quente de verão,
Após um dia de chuvas,
Passageiras,
Sendo abraçado pela imensidão do universo
Sentindo-se pequeno nessa infinitude
Encontrando em mim mesmo a plenitude...

É algo no riso de um bebê, no vôo do beija flor, no cafuné...
É algo no riso dos palhaços, ate os tristes...
É algo no pôr do sol, e no seu nascer,
É algo no altar construído por suas próprias mãos
É algo em uma fitinha de santo, dada por alguém que você ama,
È algo no beijo apaixonado
E no abraço de saudade

É algo que não sei explicar,
É algo que geralmente nem dá pra pensar,
Ou passar
Pra alguém...
A não ser por sorte talvez...
É algo que levo comigo sempre
Em todo o lugar
E acredite
Faz toda a diferença...

Porque olhar não é igual a ver,
Gostar não é como amar,
Querer bem não é o mesmo que se entregar,
E sexo é algo realmente diverso do amor,
E seguindo sem saber como chegar
Eu vou...
Rir meus risos,
Misturar os meus tons,
Cantar as minhas canções,
E viver as minhas histórias de amor...
Sem saber como
Eu vou
Sabendo como
Eu vou
Sem saber
Eu vou
Vou sabendo
Sem como
E nem porque
De que
Só vou
Só sou...
Amor...


Ausência tua




Depois te tanto tempo,
Tanto tento...
Depois
De tanto desalento,
De descobrir
O quanto sou pequeno,
Perto desse sublime
Sentimento,
Que tanto tento
Apagar...
Mas que sinto,
Cada vez mais,
Sem censura,
Seu nome não se diz,
Se sussurra,
E eu digo a mim mesmo
Que o mal que sofro
Que me tortura, é
A ausência tua

Uma doença antiga
E que não tem cura
Já cresci, já casei, já amei
Mas esse sentimento,
Ainda perdura,
E nas noites frias
É quando mais sinto
A ausência tua

Porque de tua mordida
Correu o turvo sangue
E rios secaram,
E os cílios se tocaram,
A última vez

E agora não há nada que cure
A marca
Da tua mordida
Da minha ferida
A minha mordida
A tua ferida
A marca
Deixada
Que não tem cura
Nada, nada, nada,
Que possa aliviar,
Que possa apagar,
A ausência tua

E com minhas lágrimas regarei os campos que crescerão. Dessa forma meu choro não terá sido em vão. Ouvirei os lamentos das aves e das crianças, e saberei que sempre seremos um só. Eu, você e todas as coisas belas do mundo. E no meio dos meus iguais nunca estarei só. De minha mente perturbada pela dor sairão belos versos e lindas canções de amor. Pensarei em você todos os dias, sem pular um só. E darei ao mundo todo amor que não pude dar a você. E nada terá sido em vão.


O não e o mundo

Não há nada que possa fazer voltar
Aquilo que nunca foi embora.
A sedução é tentação...
O beijo é a mordida...
O amor é o nada ou o tudo?

Não aprendi como lembrar
Daquilo que nunca foi esquecido.
A vida é a carne...
Minha alma é pagã...
Aonde foram os deuses do amor?

Não descobri como deixar de amar
O que não pode se ter.
O amor é lembrança...
A saudade é apego...
Precisamos só do furor da carne?

Não existe nada no mundo
Que faça voltar aquilo que jamais se foi.
A lembrança é sorriso...
O sorriso é cadente...
Posso dançar com a lua na minha rua?

Não percebi que da terra tiro a vida
E da vida tiro amor.
Natureza é encanto...
A beleza é paixão...
Serei um poeta da Mãe Natureza?

Não há como existir tantos com pouco
E poucos com muito.
O homem é a praga...
O descaso é destruição...
Quem vai limpar as vidas manchadas de negro?

Não há como vivermos a vida,
Tirando a vida com descaso.
O consumismo é banal...
O banal é o normal...
A estrela magrela é merecedora de aplausos?

Não há sustentabilidade humana
Sem uma digna consciência.
A energia é solar...
O vento é elementar...
O mundo não precisa acordar?


Bardo, leão e fogo..


Não faço planos,
Vivo o agora.
Às vezes me engano,
Durmo durante a aurora...

Sou poesia e prosa,
Um filho da arte.
A mulher dou a rosa,
Dizem que sou de marte...
Faz parte...

Minha forma é abstrata,
Meu estilo é antigo.
Amo a morena e a mulata,
Mas branquinha venha comigo,
Serei seu abrigo...

Nasci em dia de leão,
Sou do espírito do fogo.
Dizem que chamo atenção,
Será que sou louco?
Do amor peço pouco...

Chamo-me bardo,
Amante da bela canção.
Às vezes sou acanhado,
Um poeta da paixão.
Sonho com a revolução...


Saudade... Doce sofrimento...

Uma vez ouvi um rapaz dizer "Quem eu amava morreu a tanto tempo... Que eu começo a esquecer o som da sua voz, o cheiro que ela tinha... Seu rosto...".

Eu nunca havia parado para pensar como isso deveria ser doloroso. Eu achava algo super normal, e que ele tinha mais é que se acostumar... Fotos estavam lá para isso...

Mas eu descobri que isso, é o pior pesadelo de qualquer pessoa...
Parei pra pensar sobre isso recentemente, sobre alguém que eu amava muito e que já faleceu.
Eu descobri que quase não consigo mais me lembrar da voz dele, seu rosto, sua risada... O jeito como tocava violão para mim, a textura da sua pele...
E eu me apavorei. Tentei buscar na minha memória todas essas informações... Mas já estavam muito longe.

E eu me apavorei novamente. É difícil aceitar a derrota para o tempo... Bastante, por sinal.
Sempre pensei que eu conseguiria vencer essa barreira, e que nunca me deixaria esquecer tais coisas, mas não foi bem assim.
Eu me perguntei se as pessoas que o conheciam, sentiam o mesmo... Mas nunca perguntei, afinal... Vai que eu causasse o mesmo sentimento de tristeza neles... Não mesmo !

Fui deitar com esse pensamento... E fui deitar triste, buscando pelo menos os momentos que eu me recordava, tentando puxar o máximo possível... Pra deixá-lo sempre perto de mim, de alguma forma...

Eu não posso mais correr atrás de falar com ele, de abraçá-lo, de sentar no balanço e ouvir ele cantar para me ninar... Não posso mais... Porque, por mais que eu procure, não estará em lugar nenhum. Não existe mais a sua presença, seu coração não bate mais, se corpo não produz mais aquele calor acolhedor...

Saudade... Não é aquela saudade que se sente quando se viaja e se tem a certeza de que irá se reencontrar em breve... Mesmo aquela, que não se sabe mais quando volta, mas se sabe que a pessoa estará lá, quando voltar... Mas sim, aquela saudade... Que nunca será saciada. Aquela que pesa na consciência "eu poderia ter feito mais... eu poderia ter falado mais...eu poderia ter me importado mais...".

Nossa, chega pesa a respiração...
Sei que alguém já sentiu isso, além de mim e aquele rapaz... Sei que alguém sofreu como nós...
Eu não desejo essa forma de sofrimento a outra pessoa, de forma alguma... Mas infelizmente, todos passaremos, ou faremos alguém passar, por algo assim...


Por um fio

Uma noite de chuva.
Um coração quebrado.
Uma força sobrenatural para catar os pedaços.

A falsa credibilidade que nunca mais correria aquela estrada de novo.
A falsa sensação de invencibilidade.
O piso em falso que te leva ao chão.

A expectativa de você ser forte o suficiente.
A expectativa de encontrar alguem que tirará todo o peso das suas costas por vontade própria.
O cansaço de fazer a vida melhor para todos mesmo que suas expectativas sejam ignoradas.

A falta de esperança com o passar do tempo.
A falta de compromisso sufocador.
A falta de alguém desconhecido.

Por onde ir agora?

"A esperança anda na corda bamba de sombrinha
A cada passo dessa linha pode se machucar
Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista tem que continuar"


Boa gente



Gosto de boa gente,
Gente feliz, contente.
Só não gosto de gente serpente,
Que fala, indaga e mente.

Ando descontente,
Triste, meio ausente.
Não sou quente nem fervente,
Vivo impaciente e fremente.

Gosto de boa gente,
Gente bacana, decente.
Gosto até de gente crente,
Que seja coerente...

Não quero ser comovente,
Na vida ando contente.
O amor que cresce luzente,
Seja da boa gente...


Quando ser diferente é ser inconveniente?


Durante muito tempo acreditei que para realmente viver a vida plenamente eu precisaria de uma dinâmica diferente daquela que meus pais e meus avós tiveram, resolvi ter um plano e o plano era "ser diferente!". Nessa busca pela nova identidade tive muitas fases, transitei por todas elas, desde a fase rockeira punk a fase hippie maluquinha. Muito bacana, mas sempre tinha aquela sensação de que "não era diferente o bastante". Com o passar dos anos, com as perdas, as responsabilidades e a maternidade, acabei descobrindo que no fundo, eu era sempre parecida com alguem, se não fosse com meus pais ou avós, seria com o hippie sujinho acampado num terreno qualquer em Sana...concluí que eu não precisava ser diferente para ser feliz, eu precisava na verdade, era aceitar a minha sombra e seguir adiante...Hoje a maturidade me trouxe uma outra visão diferente do "ser diferente" ironia do destino ou não, na verdade eu não precisava ser diferente, eu precisava mesmo, era fazer a diferença.
E vejo muita gente por aí, querendo bancar o ET, com atitudes super "espontaneas" de dizer o que "pensa" e "sente" grosseiramente para as outras pessoas, buscando disfarçar suas frustrações e sua falta de tato ao lidar com outros humanos chamando sua postura e atitudes simiescas de um "ato de liberdade", desde que o outro não responda a altura e não desvele suas frustrações, é claro...
Quer ser diferente? Faça a diferença. Quanto ao modo de vestir, gostos e hábitos, tenho uma péssima noticia para você que almeja ser um alienzinho: estilo, habitos e gostos exóticos não o torna diferente dos outros seres, talvez de um grupo deles, talvez até da maioria, mas terá sempre alguem, vestindo a mesma camisa, e essa camisa que pode ser um body, uma baby look ou uma jacketa bacana, tambem pode ser a camisa da filosofia ou das idéias.
Então, se for pra ser babaca com os outros, o seja consciente de que você não está sendo diferente, talvez, você esteja sendo apenas inconveniente.


Só não sei aonde...




A vida anda sem graça,
Vazia, sem cor.
Eu e a cachaça,
Vivemos um mundo de desamor...

Procuro no vazio
Alguma explicação.
Por que o mundo anda frio?
Tudo soa como opressão.

Cinzas de um globo globalizado,
O rico sorri e o pobre tem de sofrer.
Lei natural ou palavras de um amaldiçoado?
O mundo é triste, não há como correr.

A saúde virou dinheiro,
Política é corrupção.
As queimadas dos fazendeiros,
Sangue, horror e degradação...

Músicos cantam sobre banalidades,
Ideais de consumo e egocentrismo.
Meninas vibram sem saber a verdade,
Liberdade ditada é só com o Capitalismo.

Fazemos parte de um mesmo corpo,
Senhora Terra formosa e pura.
Os homens podem chamar-me de louco,
Sei que existe um mundo doce e de ternura...

Só não sei aonde...


Esses Jovens


Que juventude é essa
Que corrói a si mesmo?
Sem ideais?
Ideologia?
Quem os entende?
Não conhecem o espelho,
Nem a arte de viver.
Não compreendem
Seus reflexos de vida.
São feitos à plágio,
Cópias, réplicas.
Sem personalidade.
Freüd pergunta
O inconsciente responde:
- Perdidos, indecisos.
Futuro? Qual?
Liberdade?
Expressão?
Nem precisa saber,
Se não souberes amar,
Esses Jovens...


Pai Céu


Nesse ritmo da terra
vi meu coração bater
em silêncio ele cantava
vendo tudo acontecer
minhas mãos eram guiadas
sem contudo esmorecer
nessa dança encantada
vi meu pai aparecer
numa festa aciganada
Lua cheia, enfeitada
doces olhos na magia
nessa longa madrugada
vi meu pai na poesia
vi meu pai anoitecer
numa dança aciganada
uma estrela vi nascer


Amo... Logo existo.




Quero escrever um poema,
Mas minha alma anda pequena.
Então é esse o problema,
A vida não está amena...

Desejo um amor no peito,
Aqui dentro anda tão seco.
Preciso de um sentimento perfeito,
Sozinho apenas me perco...

Anseio recitar poesias,
Sobre coisas do coração,
Um misto de amor e magia,
Felicidades da imaginação...

Cobiço um amor faiscante,
Verdadeiro e de chama eterna.
Que seja um amor gritante,
E comigo sempre terna...

Procuro declamar meus versos,
A donzela e a sua beleza.
Seremos deuses no universo,
Exaltando a Mãe Natureza...

Espero a inspiração,
Na graça de uma divina.
Que tenha amor e paixão,
E uma alma que ilumina...

Sonho com o imensurável,
O intocável, o não visto.
Sentimento inabalável,
Amo... logo existo.


Eu to falando é de


MERDA





Ta tudo uma MERDA gente. Tudo! Todos mergulhados em uma MERDA de uma alucinação coletiva, de que tudo é como é porque sempre foi assim, porque alguém um dia decidiu isso, porque Deus quis. Todos!! Não temos mais perguntas válidas e nem respostas intrigantes. A única gota de lucidez e criatividade às vezes aparece em forma de humor ou tragédia, mas são grãos de areia, estouros de pipoca. O mundo caindo aos pedaços e ninguém parece enxergar a não ser os maníacos e alucinados, em quem ninguém mais acredita.
Tudo fica cada vez mais igual, pequeno, comum, chato, nojento, tedioso e sujo... e terrivelmente fadado a ruir, como um castelo de cartas, tão lindo e tão frágil que pode se desmanchar a qualquer instante... sob a mínima pressão. Um espirro, um sopro de uma criança, uma distração... qualquer uma das coisas comuns que acontece desde o inicio do tempo. Merda!

Não tenho medo. Não mais. Ontem, quando as coisas ainda pareciam perfeitamente bem, meu mundo se fechava, e o medo e a solidão pareciam querer me engolir, sufocar, trancado em uma caixa escura, com frio e medo. Hoje, o Sol se encontra perto da Terra, e meu mundo é banhado por uma luz que não sei de onde vem... Acho que sinto que sai de dentro de mim e por isso tudo é calor e felicidade. Não importa o que está acontecendo do lado de fora, tudo se encaixa e é prazer. Estou seguindo a minha estrada. A que foi feita pra mim.
De um dia para o outro tudo que vejo é o limite do horizonte, e é lá que estão os meus sonhos, e é pra lá que eu vou, sem demora...
Não sinto mais aquele cheiro horroroso. Sei que ele ainda esta ali. No mesmo lugar. Mas não sinto. Alguma coisa mudou. Acordo suado e isso não me incomoda. E tenho sorrido de verdade. Tenho tido alguns daqueles momentos. Aqueles, que qualquer um em qualquer lugar já vivenciou. De estar no lugar certo, no momento certo, fazendo as coisas certas. De sincronicidade, de unicidade, e isso por estar só dizendo alguns sins, em um mundo tão acostumado a dizer não. Os dias passam voando. Acabou aquele arrastar de horas, aquela indecisão de não fazer nada e achar que fazer isso é fazer alguma coisa.
Ao mesmo tempo que tudo parece se encaixar na minha vida, do lado de fora, tudo parece fadado a ruir. Tudo fica cada vez mais cinza, e cada vez mais temos menos opções...
Há alguns meses alguém havia conseguido criar um pouco de alarde sobre as mudanças climáticas e os comportamentos autodestrutivos da humanidade. Tudo isso se perdeu em promessas e mentiras.
Hoje a pauta é o “grande desastre” (alguém ainda lembra dele?) do golfo do México, que já dura meses e ainda não teve seu tamanho mensurado. De quem é a culpa? Isso importa? Todos nós não sabemos que isso logo será esquecido? E ninguém enxergará os culpados? Para um mundo com tantos espelhos... o ser humano não é o único animal que se reconhece no espelho? Não!! Acho que o chimpanzé também...
Sento no sofá e abro o jornal. A proximidade das eleições me deixa um pouco nauseado. Não sei se acredito mais nisso. Nessa história toda de democracia e tal... Não sei não. Não...Definitivamente eu não acredito. Isso pode até ter existido em Atenas ou em Oslo, mas aqui ou no Iraque... Não. Não existe. É palhaçada. Tanto em Brasília quanto em Moscou, o Estado existe para te roubar e te fuder. MERDA! Acho que nessa eleição vou votar só porque tenho que votar...MERDA! Ainda tenho fé em algumas coisas, com Jesus Cristo e Marias, passes, espíritos vindos do além, cristais, star wars, Buda, venezianos, pretos velhos, Shamans, Ciganas, Taro, Chimarrão... Mais efinitivamente não acredito em políticos.
Meu voto é certo da Marina, mesmo sabendo que ela não tem tantas chances assim, mas isso me irrita. Não o fato de a minha candidata não ter chances, isso é normal e aceitável, mas é difícil para mim. Mudar de opção depois de ter sempre votado no mesmo candidato, os mesmos números, a mesma barba, o mesmo discursinho barato de MERDA... todos os anos... Realmente era muito prático... não ter que anotar, não ter que assistir debates, não ter que ler sobre isso... Só ir até lá pronto! Votar em quem sempre votei...MERDA! Nem sei o número da Marina ainda, mas e se ela não for pro segundo turno??? Aí terei que anotar outro numero...
Derrota da seleção??MERDA! Não consegui não ficar triste... Apesar de que não estava torcendo muito pra essa seleção... Eu já tava pensando... Se esse anão fdp ganhar, vou ter que aplaudir ele como todo mundo... e o que será do futebol brasileiro? Depois que a seleção perdeu passei a torcer pra Holanda... todos ficaram meio putos... mas, fazer o que? 193 milhões de brasileiros ficaram muito tristes, mas eu descobri 91mil infelizes que provavelmente ficaram mais tristes. A atriz pornô Bobbi Éden havia prometido fazer sexo oral (boquete ^_* ) em todos seus seguidores no Twitter se a Holanda ganhasse a copa. Não entendo esse negócio de Twitter... até fiz uma conta uma vez, mas não entendi... nunca mais entrei... Acho muito estranho esse negócio, nêgo fica lutando por seguidores no Twitter, usando programinha pra ganhar seguidores, sorteando a virgindade... Modernidade de MERDA!
Como dizia Rita Lee : " Tudo vira bosta!"

Que a Merda esteja com vocês,
E fique grudada e fedendo por um tempo...


Canção de um bardo




Um bardo dança na rua,
Cantando sobre coisas mortais.
Linda canção sobre a lua,
Exaltando heróis e deuses imortais...

O bardo celebra a vida,
Falando de um mundo de satisfação,
Festeja suas idas e vindas,
Aos homens canta a canção...

O bardo narcisista seduz,
Falando do mundo e sua natureza.
Ao sentimento perfeito conduz,
Uma música ao astro e sua beleza...

Um bardo acena as senhoras,
Falando de coisas do amor.
Se me amas venha agora,
Pois também sou pecador...

Bardo entrega à rosa,
A mulher que lhe encanta.
Vive uma vida gloriosa,
Sua nobre canção canta...


SWU Music & Arts Festival


O SWU (@SWUbrasil) é um grande movimento de conscientização em prol da sustentabilidade, inédito no Brasil. Uma iniciativa que aponta caminhos para que todas as pessoas que querem ajudar a construir um mundo sustentável comecem a agir. Movimento que, entre diversas ações programadas, contará com o SWU Music and Arts Festival, para celebrar o engajamento de todos. O festival de música, arte e consciência ocorrerá nos dias 9, 10 e 11 de outubro, na Fazenda Maeda em Itu, São Paulo. Serão 60 atrações musicais, exposições de arte, workshops e um fórum com ícones da sustentabilidade e defesa do meio ambiente ao longo dos 3 dias de evento.

O evento ocupará um espaço de arena de 200 mil metros quadrados e está preparado para receber um público estimado em cerca de 300.000 pessoas ao longo dos seus 3 dias de duração.
Vamos juntos debater e lutar a favor dos principais temas de sustentabilidade no século 21.

Ingressos:
A partir da zero hora do desta terça-feira, dia 13 de Julho, os ingressos poderão ser adquiridos pelo site da Ingresso Rápido. Além deste canal, estão disponíveis o Call Center 4003-1212 – de segunda a sábado, das 9h às 22h e domingos e feriados das 11h às 19h – e ainda em mais de 60 pontos-de-venda por todo o país.
Primeiramente serão vendidos ingressos avulsos para os dias 10 e 11. Os ingressos de Pista Comum custarão R$120,00 (meia entrada) e R$ 240,00 (inteira) por dia. Já os ingressos da área Premium, próxima aos palcos, sairão por R$ 320,00 (meia entrada) e R$ 640,00 (inteira) por dia.
Fiquem ligados no portal SWU, pois em breve será divulgado informações sobre a venda de ingressos avulsos para o dia 09 – bem como a venda de passaportes para os três dias com camping.

Atrações:
Algumas das atrações já confirmadas: Dave Matthews Band, Kings of Leon, Incubus, Pixies, Regina Spektor, Linkin Park, Sublime with Rome, DJ Sharam, DJ Erol Alkan.

Existem formas de seguir o movimento por meio do Facebook, Twitter e Orkut, além, claro, do portal.
É simples, fácil e efetivo.

Eu já comecei. Comece você também.
http://www.swu.com.br/pt/
.


O mundo que vejo.




Vejo-me em tantas falácias,
Falando do meio social.
Nessa vida de desgraça,
Sou tratado como um animal...

Lei para poucos,
Senadores, deputados,
São todos loucos,
Capitalistas alienados.

A mídia pequena,
Inglória maldita.
Com palavras amenas,
O egoísmo incita...

Minha mente voa distante,
Pensando nas meias verdades.
As luzes seguem brilhantes,
Exaltando nossas celebridades...

O porco revira o lixo,
Procurando o alimento.
O homem é o bicho,
Que vive de sofrimento...

Um mundo de riquezas,
De praias e colinas.
Paraíso de belezas,
A dança da bailarina...

Acredito na maravilha do amor,
Em um mundo de igualdade.
Na graça do beija-flor,
Descobrimos a verdadeira liberdade...


É hora de revolução!

Guerra, sangue, poder,
Infâncias corrompidas,
Dolo do ter para ser.
Quantas almas serão perdidas...

Tráfico, polícia, você,
É tempo de revolução
Porque o miserável tem de sofrer?
Descarte toda moderação,
Cansei de ver meu povo perder...

Já chega de apartheids,
De guerras de religião.
O mundo pode ser mais verde,
Pare e faça uma reflexão,
O mundo não se vende,
Prove sua indignação...

Ganância, dinheiro, ira,
Um dia teremos de escolher,
Exaltar o amor ou a cólera,
Eleja o que vai ser.
Mudar o mundo agora
Ou esperar o astro morrer
Revolução tem de ser nessa hora.

Amor, paz, amizade,
Um dia poderei ver.
Nessa vida de mediocridade,
Lutamos para sobreviver.
Muitos não vêem a verdade,
Outros esquecem de ser
Soldados de um mundo verde,
Não temos por que se esconder...

Para que tanta contradição,
Cansei dos incoerentes.
Em um sistema da imaginação,
O silêncio dos inocentes.
Não viva a vida em vão.
Agora eu rompo as correntes,
Façam todos uma oração
E sigam a vida contente,
É hora de revolução.


XI PRÊMIO ESCRIBA DE POESIA Prefeitura de Piracicaba.

XI PRÊMIO ESCRIBA DE POESIA – 2010 - 1 – O XI PRÊMIO ESCRIBA DE POESIA, oficializado por Lei Municipal, é promovido pela Prefeitura do Município de Piracicaba, através da Secretaria Municipal da Ação Cultural e da Biblioteca Pública Municipal de Piracicaba “Ricardo Ferraz de Arruda Pinto”, com o apoio da Academia Piracicabana de Letras, com objetivo de dar oportunidade de expressão e manifestação a todo segmento de público. Está aberta, este ano, a possibilidade de as inscrições serem por e-mail. 2 – As poesias serão inscritas mediante o cumprimento das seguintes exigências: a) Os concorrentes deverão ter a idade mínima de 15 (quinze) anos. b) Os participantes deverão apresentar 3 (três) poesias originais (não há necessidade de ineditismo) em português, de autoria própria, sobre tema livre, digitados em papel A-4 (sulfite), de um lado só, com o máximo de 2 folhas, com letra tamanho 12, fonte Times New Roman ou Arial, espaço entre as linhas 1,5, em 5 (cinco) vias (inclusive para poesias modernas cujo estilo exija uma estética diferenciada). Os trabalhos pornográficos ou eróticos serão sumariamente excluídos. 3 – Trabalhos enviados pelo correio ou entregues na Biblioteca Municipal: a) Cada poesia deve ter somente o seu título e o pseudônimo do seu autor. b) Em envelope anexo, lacrado, deverão vir os dados confidenciais do autor: nome completo, pseudônimo, idade, endereço completo, inclusive CEP, DDD, telefone, RG, CPF, o título dos trabalhos inscritos. No mesmo envelope lacrado deve ser colocado CD ou DVD com os trabalhos devidamente digitados. Por fora do envelope, devem apenas constar o pseudônimo usado e o título dos trabalhos inscritos. Se o envelope dos dados confidenciais vier aberto, ou se não estiver acompanhado de CD ou DVD com o texto dos trabalhos digitados, o candidato será sumariamente eliminado. 4 – Trabalhos enviados por e-mail: Nesse caso, os candidatos deverão mandar os três trabalhos inscritos somente para o e-mail premioescriba@piracicaba.sp.gov.br a) Os arquivos deverão ser enviados no formato DOC (Word) b) No e-mail deverá constar 4 anexos: para cada uma das poesias um anexo, somente com título e pseudônimo. Em outro anexo (4º) deverá constar a identificação do participante conforme o item 3, alínea b. 5 – Fica assegurada, com o máximo rigor, a confidencialidade dos dados pessoais dos concorrentes. Os envelopes com os dados confidenciais somente serão abertos depois de conhecidos os trabalhos premiados, e os arquivos com os dados pessoais dos candidatos que optarem pela inscrição on-line também ficarão resguardados, sendo absolutamente desconhecidos dos membros da Comissão Julgadora. 6 – As inscrições estarão abertas de 07 de junho de 2010 até 23 de julho de 2010, na BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL DE PIRACICABA, RUA DO ROSÁRIO, 833, CEP 13400-183, CENTRO – PIRACICABA, SP, TEL e FAX. 0XX19 3433 3674, ou pelo e-mail premioescriba@piracicaba.sp.gov.br. No caso das inscrições feitas pelo correio, valerá data do carimbo postal como data da inscrição. As postagens por e-mail serão válidas até o dia 23 de julho de 2010 às 23 horas e 59 minutos. 7 – Os autores do primeiro, do segundo e do terceiro trabalhos classificados receberão um troféu, um diploma e, respectivamente, os valores de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), R$ 3.000,00 (três mil reais) e R$ 2.000,00 (dois mil reais). 8 - O melhor trabalho de escritor local (natural do município de Piracicaba ou nele residente há mais de dois anos) será premiado com a entrega de um diploma especial, do “Troféu Maria Cecília Machado Bonachella” e da quantia de R$ 1.500,00. Se esse trabalho de autor local for um dos três primeiros colocados no concurso geral, os prêmios serão somados. 9 – A Secretaria Municipal da Ação Cultural indicará um júri constituído de 05 (cinco) intelectuais de reconhecida capacidade, atuantes na área da literatura, os quais procederão à seleção dos trabalhos inscritos, classificando as 30 (trinta) melhores poesias. Os trabalhos não classificados serão incinerados/deletados após a seleção e premiação. 10 – As 30 (trinta) poesias selecionadas serão reunidas numa Antologia, que será editada pela Secretaria Municipal da Ação Cultural e oferecida aos participantes e entidades culturais sem custos adicionais. 11 – Aos classificados não será paga taxa monetária alguma a título de direitos autorais. 12 – A Secretaria Municipal da Ação Cultural se reserva o direito de veicular a Antologia da maneira que melhor lhe aprouver, sem fins lucrativos. 13 – Os prêmios serão conferidos em cerimônia previamente marcada, a ser realizada no mês de novembro de 2010. Todos os classificados receberão diplomas e 10 (dez) exemplares da antologia. 14 – O julgamento será realizado até o mês de setembro de 2010. 15 – Os concorrentes serão notificados do resultado pelo correio ou por e-mail, e por divulgação na Imprensa a partir da segunda quinzena de outubro. 16 – O simples envio das poesias implica na aceitação direta deste regulamento. 17 – Os trabalhos remetidos em desacordo com este Regulamento (falta de dados precisos, ou de difícil identificação, número incompleto de cópias, envelope confidencial aberto, falta do CD ou DVD e aqueles corrompidos ou infectados etc.) serão sumariamente desclassificados. 18 – A decisão do júri é irrecorrível e não caberão recursos. 19 – Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pela Comissão Organizadora e a Julgadora e pela Coordenadoria do XI Prêmio Escriba de Poesia.


Poema da Amizade



Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einstein.

Um gênio da ciência com uma sensibilidade de poeta...
Presto uma homenagem ao mentor do blog.. :)


Era de Aquários

Pink Floyd ja dizia que nadávamos em círculos num aquário
Talvez sejamos almas perdidas mesmo
Procurando uma direção 
Mas prefira o outro olhar pro mundo
Nos anos 60 a era de aquários era a promessa da evolução
Filhos cada vez mais especiais, acreditavam
Depois de tantas incertezas e expectativas
Pode-se saber hoje o que aconteceu do outro lado do planeta
Para mim isso é grande coisa
Além de impressionados com a inesperada e diferente revolução
Ficam em choque com a matança
Matança sempre houve por aí
Com o excesso de realidade assustando as cabeças
Agora querem voltar para a ignorância
Se ilhando na egolândia
Entendo porque citam os Maias
Falam que a natureza vai se revoltar
E dar o troco de tudo que fizeram
Apenas a natureza da natureza das coisas
O humano não tem jeito e pronto
Merecem ir todos pro inferno
Eu não acredito nisso
Pois todos tem a cegueira de Saramago
Isso faz deles inocentes
Diferença da fase hippie pra atual
É a certeza de que irá ter catástrofe no aquário azul
Mas antes também se tinham certezas
De uma geração mais preparada mentalmente
Talvez ela exista e esteja dormindo
Em terra de cego quem tem um olho é rei
No meio do caos pessoas sempre surgem
Capazes de ajudar ou piorar a situação
Depende sempre de onde está o coração
Os hippies não sabiam das possibilidades
De ter catástrofes no amor e amor com catátrofes
Ondas do litoral até Brasília
Comunidades vivendo em ilhas
Pra se locomover ter que andar milhas
O retorno dos cavalos nas ruas
E ratos nos lixos
Grandes descasos e abandonos
Mas também possíveis grandes organizações
Ajuda vem por terra, não pelo ar
Espero que não vejam nos ets a solução
Quem sabe não é tudo ilusão
Do sonho dos hippies e dos Maias ao leite no chão
Enquanto isso os verdadeiros artistas
Ensaiam serem cegos hoje
Para serem reis amanhã
No palco do escondido novo mundo
O chão que você pisa


Ser patriota é ser idiota?

As vezes me questiono sobre o patriotismo e o que significa ser patriota, continuo sonhando com a possibilidade de encontrar algum dia um mundo sem fronteiras, sem impostos e sem governantes paternalistas e tiranos..eu tenho comigo que patriotismos só servem para pagarmos impostos e limitar nossa liberdade de ir e vir.
Afinal, só porque um sujeito chegou aqui ou lá, fincou uma bandeira e deu nome a um pedaço de terra, eu não posso pisar lá sem pedir permissão, o pior é que a coisa ficou tão natural que nós nem nos tocamos de como somos escravos e nos acomodamos, porque junto com esse sentimento patriótico veio uma utópica sensação de segurança. Estamos nos protegendo de quem, afinal? Quem é o grande inimigo?
Tudo bem, venhamos e convenhamos que tudo isso começou junto com a humanidade, no inicio eramos nômades, sem destino, sem lenço e sem documento. Não sabiamos produzir o fogo, habitações e por aí vai. Mas um belo dia, um carinha esquisito descobriu como era fácil esfregar um toco de madeira no outro e pasmem! O fogo apareceu. Agora, pensou ele, posso ficar aqui, caçar uns aperitivos, sentar de baixo dessa árvore e assistir a briga de dois outros homenzinhos por um pedaço de carne, acho que daí que surgiu o boxe, tiraram a carne, ficaram os dois homenzinhos. E daí em diante, parado no mesmo local, o homenzinho começou a engordar, já não precisava andar muito, não fazia atividade e começou a ficar barrigudo, precisava se ocupar, olhou pra árvore, pegou alguns gravetinhos e começou a brincar de lego. Vamos construir! Do final, vcs já sabem. Depois que o homenzinho construiu, resolveu dar seu nome aquele quadrado de terra todinho seu, dando origem a mais um grande big bang cultural, um grande hit do verão de 2008, cantado em unissono por muitos "ado, ado, ado, cada um no seu quadrado".
Essa é a origem do nosso patriotismo, palavra tão bonita quanto batemos no peito e enchemos a boca pra pronuncia-la. Mas tão sem sentido em termos de humanidade. Por isso, parafraseando um grande filosofo:


"Eu não sou daqui, sou de outro planeta e gosto de cogumelos..."
Ventania - O cara


Amor vai e vem.




Por muitas vezes morri,
Minha alma virou poeira.
Mas hoje ainda posso sorrir,
Espero na minha soleira...

Pura estrela Dalva,
Brilhe incandescente depressa,
Afaste do espectro que mata,
Já não assisto tanta desgraça...

Amores vem e vão,
Uns ingênuos outros incoerentes.
Como é afável ter uma paixão,
Doce devaneio da mente...

Na vida choramos sem razão,
Quando o amor se parte.
Vivemos um amor da imaginação,
Tão formoso como a arte...

Deixe tudo que passou,
Não guarde seu coração magoado.
Seja um que já amou,
A infelicidade largue no passado...

A vida é majestosa,
Sua grandeza é admirável,
Tantas flores luminosas.
A donzela mui amável,
Entrego-te a pureza de dez mil rosas...