Me escapa...





O ser é mais que a linguagem,

O ser é o não falado,

Aquilo que não se escreve,

O ser vai além do tempo,

É lento processamento.

Todo conhecimento

Segue insano.

Procurando mundos

Estranhos.

Enquanto não conseguem,

Resolver o problema

Humano.

A mente se confunde,

Tanta informação,

E desinformação.

Tanta incoerência

E muito distração.

São muitas palavras,

Nenhum significado.

Os conceitos se esquivam,

Nunca permanecem

Parados.

No momento que a mente

Se encontra com o espírito,

O dito escapa

Sempre ao sentido.

Me confundo

Afundo minha existência,

Mergulho no mundo.

E com palavras que

São inconstantes significados,

Falo tudo aquilo que

Não pode ser dito.

Aquilo que

Não pode ser falado...


No começo e no fim!



Volto para o começo de nossos encontros,
Horas e horas, conversas e conversas,
Sem pressa, sem medo, sem dor...
Dois anos já se foram
E o início não faz jus ao final,
Meu destino mortal
Carrega-me para o hades sombrio...
Não existe Orfeu para guiar-me com sua lira.
Fico perdido nas sombras,
O que me resta são lembranças,
Memórias de algo que nunca ocorreu,
De um tempo que ainda não veio,
São lembranças de desespero,
E me desespero a cada dia sem resposta,
Na minha porta apenas cobranças,
A água, a luz e a internet estão pagas.
Agora ninguém vem me visitar.
Estou só, eu e meu teclado.
Sem bebidas para espantar o cansaço,
Somente Deus e minha consciência.

Quem sabe algum dia meu coração se acalme,
Quando olhar o teu rosto o meu peito não dispare,
Talvez algum dia não queira mais o seu corpo,
Só quero reacender o calor de minha alma.
Aqui está frio, me sinto mais morto que vivo,
Estava tão cheio e agora me vejo vazio,
Procurando saber quem eu sou...
Procuro em livros respostas,
Quanto mais leio mais crescem as perguntas.
O que sou? Por que vim? Para onde vou?
Será este meu destino? Eu faço meu destino?
Ou eu sou o meu destino?

Cansado de perguntas me fiz uma resposta,
Sou apenas um poeta tentando ser palhaço,
Sou o projeto mal feito de filosofo,
Sou sorrisos e no fundo eu sou dor,
Sou humano e no meu interior também sou deus,
Pois em cada ser há um toque divino,
E isso compartilho com tudo que existe,
Sou homem, sou pedra, sou um sopro de Deus...


Que Saudade



o tempo não é suficiente
para matar essa saudade
vontade que vem de dentro
desespero de entrega
normal para quem ama
compreensivo para quem gosta
coisas normais podem se tornar sublimes
estado de espírito
algo incompreensível
pode ser identificado como inesperado
quando o estado repousar
não estará mais surpreso
tempo já passou
agora só mais uma busca
próximo estado passageiro
resta a saudade
sem necessidade de fundamento
prova da existência do espírito
em mim somente refletido
durante um período de tempo
sempre insuficiente


Longe do mundo...


Para compreender pequenas coisas
Primeiro devemos nos perder,
Esquecer o passado,
Transformar o presente.
O futuro está nas mãos deus,
Hoje ainda não consigo
Dizer adeus.

Sentimentos imensos repousam,
Procurando um lugar para nascer,
Terra árida encontrei em seu peito.
Que qualquer palavra aleatória
Seja apenas sarcasmo,
E que qualquer contradição
Seja humanizada.

E os lapsos de felicidade
Ficam distantes.
E esse pobre infante,
Procura algo
Que não existe.
O dia nublou,
O sol está ausente.
E para cada lugar
Que escapo,
Uma nova agonia.

Aonde es escondem os anjos?
Aonde vivem os seres da fantasia?
Desejo um lugar longínquo,
Aonde minha alma repouse
Distante de toda carne.
Perto dos deuses.
Longe do mundo...
Muito longe...


Deus Pai Mundo Mãe

Informações, desinformação.
Cultura se mistura com a feiura.
O nada e o vazio apaixonaram-se.
E o tudo se tornou
O pecado na minha insana mente.
Voa com o vento flor dente de leão.
Viaje aos céus, e com Deus
Cante uma canção.
Livros dizem a verdade
Outros tantos mentem,
Meu abstrato se mistura com a realidade.
Meu substrato se mistura com você.
E agora o relógio revela o que quero esquecer.
O meu tempo nunca empaca,
O que quero hoje no futuro não será meu bem querer.
Mergulho em um rio e renasço de forma oposta.
Diferente do mal que passou.
Se o erro não está na resposta
O erro está na pergunta.
Pergunto-me sobre os mistérios das ninfas,
Sobre a maldade dos homens,
A insanidade é fantasiada de verdade.
Ter um bom coração não é concordar
Quando o sentimento diz que é errado.
Erramos por medo, e errar não é o pecado.
O pecado é não tentar acertar.
Agora estou parado,
Poetizando para viver.
Saber amar é saber compartilhar
Aquilo que tememos perder.
Desejamos ser livres,
Mas só é livre o dono do amor.
Buscando informações em seres paralelos.
Homens detentores de luz e de cor.
O pecado é inerente da natureza humana.
O engraçado que o amor também vem desse lado.
Só a fé revela no peito o anseio.
Procurando na mente uma razão.
Procurando paz através de guerras
Somos todos seres humanos
Vivendo no planeta Terra
Somos todos filhos do mesmo seio,
Judeu, palestino, americano, mulçumano,
Oriental, latino, europeu ou africano.
A crença até pode ser diferente,
Mas o Deus é um só.
Minha crença não é melhor que a sua,
Creio em Deus, Jesus Cristo, Gandhi e Buda.
Creio que Deus está pequenas coisas,
Como na perfeição do voo do beija-flor,
Como a contradição da plenitude do amor


Conflitos internos da poesia da fênix...



Já quis ser especial,
E com medo de ser
Tornei-me só mais um clichê,
Fui normal, fui banal...
E agora pelo medo de esquecer
Quem sou,
Vivo fantasiando máscaras
Por medo de viver...
Vi no silêncio de uma morena
A pena de não saber amar.
Veio uma vontade insana
De essa morena namorar...
A sintonia da flor mais bela,
É como a Regueira
Em noite de verão.
Sintonize nossa energia
Sintonize nossa estação...
Pois juntos tocaremos
A carruagem de Apollo.
Deitaremos nos braços de Morfeu,
E Ártemis iluminará nosso caminho.
Não estamos mais sozinhos,
E toda incerteza
Torna-se certeza
Com o brilho do seu olhar
E toda poesia transmuta
Na fantasia de amar
Saber amar,
É saber ser amado
E saber dar amor.
Sem egoísmo,
Com altruísmo.
E todo medo infantil
O vento leva embora,
Talvez seja minha hora
De poetizar para renascer.
E como o mito da fênix
Desfaço-me em cinzas,
Esperando o amor refazer...


A falta que me faz



Sinto tanta falta
De um xamego que me afaga,
De um carinho que me acalma,
De um afeto que me ampara.

Das pessoas mais próximas,
As que mais me decepciono
À minh'alma são tóxicas,
Mas nunca as abandono.

Não há mais seres como eu
Ou totalmente inversos a isso,
Não que ao amor seja um ateu,
Talvez um ódio submisso.

Na direção das cores que enxergo,
Falta de caráter seja universo.
Mentiras, mais e mais ilusões,
Não absorvem mais emoções.