Sombra do homem.


Cavalgando motos negras de carbono sombrio,
A escuridão da noite revela
O medo que o homem tem do escuro
O petróleo é negro,
A fumaça nos pulmões é negra,
A vida se perde no negro do carburador,
A vida é dor...

A beleza é esquecida na pressa de ter,
O ser que meu corpo habita
Não é aquilo que quero ser...

Entorpeço-me para fugir daquilo que sinto,
Minto em cada dose.

Eu fujo.
Escapo de cada falta de coragem.
Que bobagem é essa contradição
Em meu peito?
Talvez sim,
Talvez não.

É tudo um abraço
Do perfeito
Com o imperfeito.
Nascemos,
Morremos
E voltamos a nascer...


Perdemo-nos no caminho com a fumaça negra,
O espírito da fabrica sombria...
O espírito da morte...
O mal em forma de papel...

1 comentários:

Pedro Dobbin disse...

as vezes eu acho que não estou sentindo nada
e me pergunto onde estão meus sentimentos...
Eu sou quem eu sou, mas será que eu sinto alguma coisa?
Eu tenho que viver e responder a tantas coisas,
Não dá tempo para sentir, não dá tempo para ser...
Eu tenho tanta gente que depende de mim e eu já nem sei
Quem sou...Quem fui...Só sei que tenho que ser...
Eu as vezes nem sei o que estou fazendo...Há tanto a fazer..
Esqueci de chorar...que ficar num canto e sofrer...nem isso eu sei...
Não consigo sofrer, não consigo sorrir, não consigo deixar eu ser o que sou...

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