A Força da Luz.



*

No fundo do azul flamejante, vejo um ser flutuante
que pede para ser guiado até mim.
Não pode enxergar nem um dedo, não pode seguir sem medo,
mas diz que não pára, ainda assim.

Quer que o mundo a seus olhos transforme.
Todas as cores que não pode ver,
em algo de um odor sem igual
que possa passar para tal,
a idéia do universo infinito. E bonito.

Do cinza que tem em sua fronte, não quer mais
senão elefantes que dancem uma dança bizarra
num palco de folhas queimadas.
Ao som de tal bruta melodia, mesclada a sutil ventania,
de onde seus olhos não vêem.
Mas pode sentir em seu mundo,
um mundo que ninguém mais pode ver.

Dessa certeza que o invade nasce um deus de coragem
e o que é cegueira vira luz.
Uma luz que ilumina mais que tudo
o que podia ele um dia imaginar.

Se elefantes ou borboletas,
para ele não há mais diferença.
O que importa é a força da alma,
é saber que ainda existe um grito.
O que importa é ser infinito.

***

(in Mensagens Inconscientes, 2001)

1 comentários:

Barbara disse...

A coragem nasce para combater o medo como toda vez que o dragão aparece São Jorge corre atrás com a lança.

Achei interessante o texto, me lembrou um pouco do livro Erva do Diabo do Castaneda e suas simbologias.

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